China e Google não são os únicos que têm dado o que falar com respeito à luta pela liberdade de expressão nos últimos dias. Lamentavelmente, temos um caso bem mais próximo aqui da gente e que não podemos deixar passar: a suspensão de canais de televisão estrangeiros na Venezuela, entre os quais se encontra o canal opositor RCTV Internacional, cujo sinal nacional aberto já tinha sido fechado em 2007.
O amiguinho pessoal do Lulla, Hugo Chávez, ordenou a suspensão de seis canais de TV a cabo (entre eles também o sinal internacional da TVN Chile) por não transmitir ao vivo os discursos oficiais do mandatário. Chávez obriga à televisão aberta a transmitir suas mensagens, atingindo no ano passado a 140 discursos obrigatórios (incluindo um que durou 7 horas), e aos canais que transmitam conteúdo local a fazer o mesmo –ainda que se trate de canais internacionais. Ainda que o governo reafirme que não se trata de censura senão de "cumprir com a lei", acusam-no de querer eliminar as opiniões contrárias à administração.
As coisas atingiram ontem um ponto extremo da crise, depois da morte de dois estudantes (um deles de 15 anos) no meio dos distúrbios produzidos pelos protestos que aconteciam na cidade de Mérida contra a censura dos canais de TV. Protestos que também aconteceram em outras cidades onde os manifestantes estão sendo repelidos com bombas de gás lacrimogêneo e com cassetetes pelas forças policiais, da mesma forma que vem acontecendo em Brasília no caso do governador ladrão.
Assim mesmo, a nível político também há problemas, já que renunciaram o vice-presidente (e também ministro de Defesa) Ramón Carrizales e sua esposa, Yubiri Ortega, que era a ministra do meio-ambiente. Os dois alegaram motivos de ordem pessoal para a renúncia, mas é sabido que o motivo é a censura total arbitrada por um dos chefes de estado mais imbecis que a América do Sul já conheceu em anos.
A censura a mídia fez com que o descontentamento seja manifestado no Twitter, onde utilizam o #freevenezuela para opinar a respeito, como também #Merida para referir aos incidentes ocorridos ali. Os venezuelanos estão também enviando grande quantidade de fotos como manifesto.
Some-se outros descontentamentos a estas complicações, como o desemprego, a inflação, insegurança e outros, que fazem com que os ânimos estejam carregados na contramão de (loco) Chávez em seu ano número 12 de (des) governo.
A RCTV continua transmitindo na Internet, como começou a fazê-lo após que o governo cortasse o seu sinal aberto. Ao menos aqui o governo não conseguiu bloqueá-la, o que reforça a necessidade de mantermos um posicionamento radical contra a politização da grande rede
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