Jacobina aposta no leite para fugir do desemprego

Século XVII, início do povoamento de Jacobina. Desbravadores chegam à região em busca de ouro. Muitos se fixam nas margens do Rio Itapicuru e desenvolvem a agricultura e a pecuária. Agora, no século XXI, as mesmas atividades permanecem como maiores fontes de riqueza, movimentando um comércio vigoroso. O turismo, possível nas belas cachoeiras e montes, é incipiente.



O desenvolvimento econômico da região passa por melhorias na infraestrutura de transportes, formação de mão-de-obra qualificada para trabalhar na mineração, bem como a organização da cadeia produtiva do leite. “Jacobina, que é a cidade-polo, sobrevive hoje dos repasses de FPM (Fundo de Participação dosMunicípios)”, comenta a prefeita da cidade, Valdice Castro Vieira.

A mineração de ouro da Yamana Gold Inc gera 1,2 mil empregos, segundo a empresa, 85% para jacobinenses.

“Hoje não geramos apenas empregos, mas empregos de qualidade, já que a renda média dos trabalhadores é de R$ 1,7 mil por pessoa”, garante o gerente administrativo da mineradora, Henrique Marins.

Para a população o problema é que os 15% que vêm de fora representam justamente os melhores postos de trabalho.

“O problema é que não encontramos pessoal qualificado para cargos gerenciais na cidade”, explica Marins.

Ele acredita que este problema poderá ser resolvido com a instalação de centros de formação técnica na cidade, como o Instituto Federal da Bahia (Ifba). “Para a empresa é mais interessante ter as pessoas da terra, até porque não há o custo de transferir e instalar uma família de fora”, diz Marins.

Robério Bonfim, 50 anos, é jacobinense. Ele começou a trabalhar na mina de ouro em 1982, quando se formou em geologia pelo antigo Cefet, em Salvador. Antes disso, sonhou a vida inteira em trabalhar na mina. “Trabalhei minha vida inteira aqui”, conta ele que já está aposentado e hoje usa a experiência para fazer a descrição do testemunho, uma das etapas da pesquisa de solo.

“A maioria dos cursos não teria como fazer em Jacobina”, diz o empregado na área de manutenção eletromecânica, Egnaldo Perutzia. Ele diz que a cidade está crescendo bastante desde 2006, quando a mina foi reaberta. “Tem algumas coisas que estão ficando bem mais caras”, diz.

Baiano de Camaçari, o técnicoemmanutençãoelétrica, Leonardo Arizi, encontrou emprego há sete meses em Jacobina.“Já estava com a passagem comprada para São Paulo”, diz.

Faltam matadouro e estrutura para pasteurização em Jacobina.

leiteiro Jailton.


A despeito da importância da pecuária, não existe na cidade um matadouro para abater o gado de corte, nem estrutura para pasteurizar o leite das 35 mil vacas leiteiras da microrregião, que corresponde a 4% do total na Bahia.
“A Alimba chegou a adquirir mais de 50 mil litros por dia, mas acabamos ficando para trás”, comenta o presidente da Associação Comercial e Industrial de Jacobina, Roberto Jacobina. O atraso se deve a dificuldades para atender exigências sanitárias, como o fim da comercialização do produto in natura.

Jailton Alves de Souza, 43 anos de idade, 22 como leiteiro, criou os quatro filhos graças ao leite. Em todo esse tempo, a forma de comercialização mudou muito pouco.

Nocaso dele, são300litrosdo produto por dia,emrecipientes metálicos, sem controle de temperatura. Os leiteiros vendem para restaurantes, lanchonetes e para a população em geral.

Com a venda do leite é possível garantir uma renda mensal que pode chegar a dois salários mínimos mensais.

“Entre trabalhar para os outros e ganhar um salário mínimo, prefiro trabalhar para mim mesmo”, aponta o leiteiro Jailton. Com informações do Jornal Atarde.

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