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A alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a profusão de palanques aliados ameaçam transformar muitos locais em territórios proibidos para ele durante a campanha. Os “palanques proibidos” foram elencados pelo PT para serem analisados caso a caso. Uma das principais zonas de conflito é o Rio. Desde o início do ano, a pré-candidata Dilma Rousseff e Lula procuram administrar desavenças entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e Anthony Garotinho (PR). Outros 13 estados também apresentam problemas (lei quadro nesta página).
No caso do Rio, Dilma foi obrigada a cancelar a visita no sábado para não melindrar Cabral. Tudo porque Garotinho avisou que lançaria a pré-candidatura no mesmo dia. O ato no ABC paulista foi convocado de última hora, só para que ela não ficasse fora do noticiário no dia da apresentação do pré-candidato do PSDB, José Serra.
A ideia do PT para não ser obrigado a manter diversos territórios proibidos ao seu maior cabo eleitoral e não restringir a participação apenas aos palanques eletrônicos é buscar um “acordo de procedimentos” com os partidos aliados. “Enquanto não definirmos os palanques, não dá para fechar nada. Mas, depois das convenções, teremos que resolver isso, e a ida do presidente dependerá do grau de beligerância dos adversários estaduais. Haverá estados em que, realmente, ficará complicado. Outros que parecem complicados poderão não ser”, diz o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Entre os “complicados”, ele cita o Amazonas. Lá, o governador Omar Aziz (PMN), que planeja concorrer à reeleição, tem o apoio do PCdoB. O ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR) está negociando com o PT. “Lula tem 90% de popularidade e o ex-governador Eduardo Braga, 82%. Só que o ex-governador estará com o seu sucessor, se ele for candidato. Temos ainda Alfredo, que é um ex-ministro e tem o apoio do PT. Teremos que encontrar solução. Hoje, é impossível dizer se Lula irá aos dois”, diz Dutra.
O sonho de Dutra era poder repetir o que ocorreu em quando Eduardo Campos (PSB) e Humberto Costa (PT), adversários na disputa pelo governo estadual, receberam Lula sem problemas em 2006. Só que essa situação não está configurada em nenhum dos 14 estados onde os partidos da base concorrem entre si. Na Bahia, o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB) busca um acordo para que o presidente Lula não vá à Bahia na campanha.
Há ainda aqueles que ameaçam abrir espaço para o PSDB de José Serra, caso Lula vá ao estado. É o caso da Paraíba. Lá, o governador José Maranhão (PMDB) busca acordo com o PT, enquanto o PSB terá o apoio do PSDB e do DEM para o seu candidato a governador, Ricardo Coutinho, ex-prefeito de João Pessoa. Os socialistas já disseram que Coutinho não desfilará ao lado de Serra, desde que Lula não apareça fazendo campanha para Maranhão. Embora Dutra diga que nada está acertado, os socialistas têm dito que esse acordo está fechado
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