Senador César Borges
Tribunadabahia
Uma reunião na manhã de ontem entre os presidentes estaduais do PT, PSB, PDT e PCdoB praticamente sepultou as chances da ala mais a esquerda do Partido dos Trabalhadores de emplacar o ex-governador Waldir Pires como candidato ao Senado. O encontro também se configurou como um aval para que o governador Jaques Wagner feche a aliança com o senador César Borges (PR), reduzindo ainda as chances de uma vaga para o Senado ser ocupada pelos atuais secretários Walter Pinheiro e Nelson Pellegrino.
A decisão divulgada pelos dirigentes partidários aponta que o mais provável é que seja reservada 50% da chapa para as siglas da esquerda e os outros 50% para os aliados do governo de centro, a exemplo do PP e PR. “Consideramos como um movimento importante a incorporação das forças da base do governo Lula que ainda não compõem a base do governo do Estado ao processo de construção da aliança em torno da reeleição do governador Wagner”, disse o presidente do PT, Jonas Paulo.
Jonas, contudo, ressaltou que quem vai escalar o time será o próprio governador. Ele disse ainda que arrumação em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT) vai influenciar no arremate da chapa majoritária estadual. “É o cachorro que abana o rabo, não o rabo que abana o cachorro”, brincou. A reunião de ontem aconteceu no mesmo dia em que o governador Jaques Wagner retornou de viagem do Oriente Médio, integrante da comitiva do presidente Lula.
O deputado federal e presidente do PCdoB baiano, Daniel Almeida, avalizou a tese de que a coligação governista “deve ter dois nomes da esquerda e dois de centro, mas nenhum partido deve ter mais de uma candidatura na majoritária”. O PSB afirmou, através de sua assessoria, que a construção de um projeto de esquerda duradouro passa pela manutenção da sua unidade.
Segundo Jonas Paulo, os partidos de esquerda da base de Wagner trabalham com metas claras. “Queremos abrir a maior vantagem possível para Dilma”, disse ele, antevendo as dificuldades que a presidenciável encontrará nos estados do Sul e Sudeste.
O petista disse que as esquerdas estão focadas na vitória do governador já no primeiro turno. A meta é ganhar também as duas vagas para o Senado e obter a maioria das 63 cadeiras da Assembleia Legislativa e das 39 vagas baianas na Câmara Federal.
Chapão só para Câmara Federal
Os dirigentes do PT, PSB e PCdoB saíram da conversa de ontem pendendo para a formação de um chapão (todos os partidos da aliança pró-Wagner alinhados na proporcional) apenas para deputado federal. Na corrida por vagas na Assembleia Legislativa, a expectativa é que sejam formados pelo menos dois blocos.
Segundo Daniel Almeida, “queremos estender a campanha e dar visibilidade ao projeto político encabeçado por Wagner a todos os lugares possíveis, e eleger o maior número de deputados estaduais; o que não é viável com apenas uma coligação”. Ao lado de resistências políticas, há a barreira aritmética contra o chapão para deputado estadual. Somente o PT tem 53 postulantes inscritos, o PCdoB com 40 e o PSB com 50 nomes.
Cada coligação pode inscrever um teto de candidatos equivalente ao dobro de vagas disponíveis (na Bahia, 126 concorrentes). Esta barreira pode até funcionar como entrave para o chapão de deputado federal.
Se César Borges fechar com a chapa situacionista – a principal barreira do ponto de vista da coalizão governista são as alas radicais dos partidos de esquerda -, à chapa de Wagner restariam praticamente três candidatos para duas vagas. O conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Otto Alencar, é cotado para a vaga de vice-governador; enquanto a deputada Lídice da Mata (PSB) – presente à reunião na condição de presidente dos socialistas baianos – é um dos nomes para o Senado.
Nos bastidores, o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT), é citado como possível ocupante em um dos dois postos em definição.
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