Corpos empilhados ao redor de necrotério no Haiti incham sob o sol escaldante

Veículos utilizado para transporte de vitimas .

Ao inginar que somos tão pequenos , diante das tragedias que assolam a humanidade, desde os primordios,tambem imagino que muitas convenções criadas para organizar uma nação, vai tudo por água abaixo.É lamentavel ver o ser humano nama situação que vai além de tudo que estamos acustumados a ver.Fico triste em saber que a ajuda internacional tem sido pouca, e a capacidade de nações mais evoluidas ,em enviar o básico, água , alimento ,médicos etc,não tem sido o bastante diante da imensidão de problemas que se abateu sobre o Haiti.






Emfermeiros do necrotério, puxando um corpo e ao lado aos montes empilhados.


A população de sobreviventes , na fila para receber àgua.

Centenas de corpos, de adultos e crianças, estão empilhados do lado de fora do necrotério, inchando sob o sol escaldante. Pessoas caminham sobre os corpos tentando procurar parentes desaparecidos, tampando o nariz para tentar bloquear o cheiro de podridão.
Eles finalmente levaram minha filha", disse um homem atordoado, Roilin Elysee, de 58 anos, que tinha visto os homens em uma caminhonete Nissan com a palavra "polícia" recolherem o corpo da filha na frente da Embaixada da França na última quinta-feira. "Eu não sei o que será de seu corpo", disse.

Para muitos haitianos na mesma situação que Elysee, é melhor não pensar o que está por vir.
"Estou tentando encontrar meu irmão", disse um homem visivelmente confuso enquanto olhava para a pilha de corpos. "Irmão!", gritou algumas vezes. Ninguém respondeu.
Um homem vestido de branco vagava entre as pessoas ao redor do necrotério, gritando repetidamente em um alto-falante: "Deus está voltando!"
Mas a sombria pilha de corpos ao lado do necrotério mostra que o precário Estado haitiano começou a trabalhar, mesmo que minimamente, enviando a polícia para recolher os corpos pela cidade. As caminhonetes da polícia foram praticamente os primeiros esforços de recuperação organizada vistos em várias partes de Porto Príncipe.
Os moradores de Porto Príncipe, a capital, também começaram a assumir a responsabilidade pela limpeza na última quinta-feira. Eles limpam ruas, coletam detritos e procuram por sobreviventes presos nos escombros.




"Eu ouvi vários dos meus colegas de trabalho. Eles estão vivos em algum lugar lá dentro", disse Pierre Ricky Constant, de 24 anos, um inspetor que cava os escombros do Ministério do Trabalho com um capacete de moto e um macaco hidráulico.
Ao lado do Ministério do Trabalho, onde Constant trabalhava, a história é semelhante. O Ministério das Finanças: destruído. O Ministério da Justiça: destruído. O Corpo de Bombeiros: destruído.
Para continuar com a tarefa de cavar os destroços, os sobreviventes devem literalmente caminhar sobre os mortos pelas ruas da cidade. Mesmo com a polícia resgatando os cadáveres, muitos ainda continuam jogados pelas ruas, cobertos apenas com um lençol branco.
Um quarteirão a partir do palácio presidencial em ruínas, perto do necrotério, um grupo de cerca de 10 jovens correm em direção a um repórter, gritando: "Ei! Comida! Estamos com fome! Faça alguma coisa!"
Fazer qualquer coisa permanece um pesadelo logístico. Eletricidade permanece inexistente. Gasolina continua escassa. Milhares permanecem acampados em parques, na rua, debaixo de árvores.
"Minha casa e minha loja estão destruídas, então nós vamos ficar aqui", disse Deliverance Sanveur, de 49 anos, dono de uma loja que estava "hospedado" no balanço de um parque com 15 parentes.
Ainda assim, nada se aproxima da miséria em frente ao necrotério, que é quase ao lado do hospital geral. Fora do hospital, os feridos esperam pacientemente para o tratamento. Aqueles que morreram durante a espera eram simplesmente arrastados para a porta do necrotério.
Na área de espera do hospital, uma mulher geme com a perna cortada na altura do joelho. Uma mulher idosa cospe sangue. Várias pessoas, já acostumadas com tanto sofrimento, caminham sem esboçar reação.
Entre os corpos que haviam sido arrastados apenas alguns metros até o necrotério, é raro encontrar alguma forma de identificação. Alguém escreveu o nome de "Evise Melus" em um pedaço de papel e amarrou com um elástico nos dedos do pé direito de uma mulher.

Ninguém trabalhando no necrotério poderia dizer quando, nem como, Evise Melos seria enterrada. Um funcionário do necrotério jogava o que parecia uma mistura de detergente e amaciante de roupas sobre os corpos para diminuir o mau cheiro.
"Eu não vou chegar perto de necrotério", disse Georges Michel, 55, um historiador que passou parte da quinta-feira dirigindo ao redor da cidade, observando as cenas de destruição e desespero. "Os sortudos são aqueles enterrados em seu próprio quintal", disse ele. "Os menos afortunados vão se juntar a outros cadáveres na formação de montanhas dos mortos".





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