Metamorfose Digital
Fonte: Europa Press
É bom lembrarmos que anos atrás, em 15 de março de 1990, Joseph Ratzinger, ainda cardeal, em um discurso realizado na cidade de Parma fez sua uma afirmação do filósofo Paul Feyerabend:
- "Na época de Galileu a Igreja permaneceu muito mais fiel à razão que o próprio Galileu. O julgamento de Galileu foi racional e justo".
Seguindo esta pauta, provavelmente a maioria dos avanços científicos atuais não teriam acontecido. Por exemplo, o avanço na pesquisa de células-tronco. A fé religiosa não é a única fonte de dogmatismo que desdenha alegremente as descobertas da Ciência. Mas o dogma religioso tem um papel quase de protagonista na política pública. Afinal só o dogmatismo religioso recebe o apoio do governo. As igrejas roubam, enganam seus fieis e ninguém pode fazer nada contra isso.
A religião pode ser um sistema bacana para oferecer conforto espiritual a quem precisa dele, no entanto, ela se mete em tudo, epistemologicamente quer se meter a dar respostas intuitivas ou não verificáveis relacionadas com assuntos que não são de sua alçada. Respostas geralmente rígidas, refratárias às novas evidências. Nesse sentido, pois, a religião é epistemologicamente equivalente à homeopatia, a astrologia ou muitas outras bobagens pseudocientíficas.
A cada vez mais trabalhos recentes de antropólogos e psicólogos cognitivos sugerem que existem estruturas mentais subjacentes para explicar a tendência humana quase universal de invocar agentes sobrenaturais para explicar fenômenos naturais. Por exemplo, se ecoava um trovão, a explicação logo vinha: é Deus, ajeitando a mobília (para as crianças) ou muito bravo (para os mais ignorantes). E esta explicação manteve-se assim até que a ciência demonstrou como na realidade acontecem os trovões.
Vamos colocar as coisas em perspectiva com um pequeno exemplo: o LHC é o maior acelerador de partículas do mundo. Usa um túnel de 27 km de circunferência, mais de 2.000 físicos de 34 países e centenas de universidades e laboratórios participaram de sua construção. Tudo isso para que agora venha um papa enxerido dizer que a Ciência deve evitar resultados que apontem na direção de que Deus não foi necessário; nem para criar o universo, nem para criar a vida nem para criar nada. Simplesmente há dados empíricos que oferecem evidências para explicações bem mais simples.
A religião, como conclusão, é um dos fenômenos psicológicos e sociológicos mais fascinantes e estranhos do mundo. De maneira que resulta muito pertinente escrever artigos e livros sobre o assunto. Sou consciente de que, para os crentes, estes estudos podem cutucar seus melindres ao coisificar seus sentimentos. Em frente a isso, têm duas opções: não ler essa classe de livros e artigos ou, como alternativa mais adulta, tratar de assumir que não há motivo para escamar-se nem se sentir ferido, afinal não me parece boa ideia que um senhor que encobriu atos vergonhosos dentro da igreja, apareça agora como redentor desta particular visão de monopólio da ética. É preciso moral para isso.
Fonte: Europa Press
Me preocupa bastante que o líder espiritual de milhões de pessoas faça afirmações descabeladas a propósito dos avanços científicos. Sem delongas, o Papa Bento XVI fez algumas declarações, entre as quais destaco sua proposta de recuperar o significado da transcendência e colocar Deus na raiz do progresso científico etecnológico , das descobertas e avanços, para evitar resultados inquietantes em um momento no qual a ciência experimental transformou a visão do mundo.
- "Na época de Galileu a Igreja permaneceu muito mais fiel à razão que o próprio Galileu. O julgamento de Galileu foi racional e justo".
Seguindo esta pauta, provavelmente a maioria dos avanços científicos atuais não teriam acontecido. Por exemplo, o avanço na pesquisa de células-tronco. A fé religiosa não é a única fonte de dogmatismo que desdenha alegremente as descobertas da Ciência. Mas o dogma religioso tem um papel quase de protagonista na política pública. Afinal só o dogmatismo religioso recebe o apoio do governo. As igrejas roubam, enganam seus fieis e ninguém pode fazer nada contra isso.
A religião pode ser um sistema bacana para oferecer conforto espiritual a quem precisa dele, no entanto, ela se mete em tudo, epistemologicamente quer se meter a dar respostas intuitivas ou não verificáveis relacionadas com assuntos que não são de sua alçada. Respostas geralmente rígidas, refratárias às novas evidências. Nesse sentido, pois, a religião é epistemologicamente equivalente à homeopatia, a astrologia ou muitas outras bobagens pseudocientíficas.
A cada vez mais trabalhos recentes de antropólogos e psicólogos cognitivos sugerem que existem estruturas mentais subjacentes para explicar a tendência humana quase universal de invocar agentes sobrenaturais para explicar fenômenos naturais. Por exemplo, se ecoava um trovão, a explicação logo vinha: é Deus, ajeitando a mobília (para as crianças) ou muito bravo (para os mais ignorantes). E esta explicação manteve-se assim até que a ciência demonstrou como na realidade acontecem os trovões.
A religião, como conclusão, é um dos fenômenos psicológicos e sociológicos mais fascinantes e estranhos do mundo. De maneira que resulta muito pertinente escrever artigos e livros sobre o assunto. Sou consciente de que, para os crentes, estes estudos podem cutucar seus melindres ao coisificar seus sentimentos. Em frente a isso, têm duas opções: não ler essa classe de livros e artigos ou, como alternativa mais adulta, tratar de assumir que não há motivo para escamar-se nem se sentir ferido, afinal não me parece boa ideia que um senhor que encobriu atos vergonhosos dentro da igreja, apareça agora como redentor desta particular visão de monopólio da ética. É preciso moral para isso.
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