SALVADOR - Cidade já vive clima de rivalidade para o clássico


Catiane Magalhães




Diz a máxima popular que política, religião e futebol não se discutem. O que se vê na prática, entretanto, é bem diferente: os três temas são considerados os assuntos mais polêmicos e, portanto, mais discutidos em rodas de amigos. Os dois primeiros com certa restrição, mas o último sem reservas de local, horário e faixa etária. E engana-se quem pensa que a discussão é apenas real. O assunto é também um dos mais comentados no mundo virtual.

Não é à toa que o futebol é considerado uma paixão nacional. Em véspera de BA-VI, então, esse sentimento fica mais aflorado, tanto nas ruas, com desfiles de camisas tricolores e rubro-negras, quanto nas redes sociais, como twitter, facebook e orkut, através de provocações aos torcedores adversários.

Ao longo desta semana, o clássico de hoje, valendo uma vaga para a final do Campeonato Baiano 2011, esteve no topo da lista dos temas mais comentados nos perfis de torcedores locais. “Vai ter a revanche”, postou um torcedor do Bahia em sua página, sobre a derrota sofrida o último jogo.

A resposta veio imediata: “Domingo comeremos sardinha”, retrucou um fanático pelo Vitória, em referência à declaração do ex-técnico Joel Santana, que, ao ser questionado se voltaria a treinar o time, disparou: “Não estou em busca de peixe pequeno”.

Tão grande quanto a expectativa para a disputa pela semifinal entre as duas torcidas é a quantidade de trocadilhos espalhados pela rede. Um blog dos torcedores tricolores, por exemplo, se refere à partida como BA-vice. No mesmo espaço, o goleiro adversário é chamado de “mão de alface”. Em outro post, a brincadeira fica um pouco mais pesada, rimando Viáfara com termos pejorativos.

O bom humor corre à solta na internet e o que não falta é criatividade para zoar o concorrente e também o próprio clube. “Quem vai lá é o coelho. Eu ainda não digeri o chocolate que levamos no domingo de páscoa”, escreveu um tricolor sobre a derrota do clube, em um espaço definido como “Bora Bahêêêêa, minha p...”.

E a torcida rubro-negra não deixa por menos: de já ia à incolores e sofredores, passando por sem-teto. Assim é chamado o Esquadrão de Aço, que, para os torcedores do Vitória, vive de passado: “O freguês está há dez anos sem um título”, provoca um torcedor.

O Bahia, por sua vez, retribui carinhosamente: “o vicetorinha é STV (sem título nacional), aliás, é sem título e sem história”, reagiu o colega de mesa, mostrando adversidade só na escolha do time.

E a brincadeira prossegue no mundo real e virtual até amanhã, quando os dois clubes se enfrentam, no Barradão. Como manda a lei natural: apenas um sairá vencedor dentro e fora do campo. Ao outro, resta paciência para aguentar os apelidos nada meigos.

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