
Adriano Villela
Com previsão de conclusão das obras em solo baiano em 2012, a Ferrovia da Integração Oeste Leste (Fiol) deve gerar cerca de 30 mil empregos, sendo 10 mil diretos e 20 mil indiretos. Isso por que o principal benefício socioeconômico deve ser outro: a dinamização das economias locais, propiciando a criação de distritos industriais em locais como Jequié, Brumado, Caetité, e Barreiras.
Cidades menores evoluirão e regiões já consolidadas vão atrair mais investimentos, especialmente nos oito canteiros que estão sendo criados para viabilizar a construção da ferrovia.
“Essa desconcentração do desenvolvimento criará uma inversão de mão-de-obra da Região Metropolitana, que voltará para o interior. Este é o grande poder transformador dessa obra”, afirma o presidente do Bahia Mineração (Bamin), Clóvis Torres. A ferrovia vai ligar a Costa do Cacau à cidade de Figueirópolis, no Tocantins, percorrendo na Bahia 980 quilômetros. Seus efeitos vão ser sentidos até numa distância de 100 quilômetros nos dois lados dos trilhos.
O empresário - que coordena o Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias do Estado da Bahia - ressaltou que, com a implementação do Porto Sul, em Ilhéus, a Fiol terá dois grandes atrativos para o investimento: a obra em si, que necessitará de fornecedoras, e o incremento da estrutura logística.
Clóvis Torres entende que esta atratibilidade será ampliada por um terminal portuário moderno, de grande calado e com maior capacidade operacional, a ser implantado na Ponta da Tulha, na Costa do Cacau. “O Porto Sul terá capacidade para 60 milhões de toneladas/ano. Isso é cinco vezes os três portos atuais (Salvador, Aratu e Malhado) somados”, relatou.
O Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial da Fieb prepara uma série de eventos para apresentar aos empresários baianos as opções de negócios criadas pela obra da ferrovia.
Além disso, o tema será debatido numa audiência com o Secretário da Indústria, Comércio e Mineração do Estado, James Correa.
O superintendente da Valec na Bahia, Neville Barbosa, relatou que em termos industriais e de serviços, o andamento da obra requer o fornecimento de pedras, ferro, cimento, alimentação, transporte e segurança.
O megaprojeto - A Fiol terá 1.527 quilômetros de extensão, com previsão de finalização em 2014 e investimento total orçado em R$ 7,43 bilhões. A Valec Engenharia projeta para a ferrovia o escoamento da produção de minério de ferro, grãos e farelos, álcool, açúcar e algodão.
Somente com a Bamin – projeto estrategicamente ligado à ferrovia -, a Oeste Leste vai criar 1.800 empregos diretos – 500 em Ilhéus e 1.300 em Caetité. A perspectiva é de mais 5.400 postos de trabalho indiretos.
A Bahia Mineração pretende exportar cerca de 45 milhões de toneladas – oriundas das minas de Caetité (BA) e de Grão-Mongol (MG), uma movimentação econômica equivalente a US$ 5 bilhões.
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