Ex-presidente da ANP diz que acusações de Dilma são inverídicas


Portal Terra
      SÃO PAULO - O ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, divulgou uma "nota de esclarecimento público" para se defender das afirmações proferidas pela candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, no debate do último domingo (10) realizado pela TV Bandeirantes.  Na nota, Zylbersztajn diz que Dilma se referiu a ele "de forma inverídica e tendenciosa, induzindo, deliberadamente, o eleitor ao erro". O economista reclama, ainda, que as mesmas afirmações têm sido repetidas nos programas eleitorais.

Sobre a especulação de que Zylbersztajn seria assessor do candidato José Serra (PSDB) e defensor da privatização do pré-sal, o ex-diretor da ANP rebate: "devo esclarecer que não sou, nem nunca fui assessor do candidato. Mais grave, afirma que declarei ser a favor da privatização do pré-sal! A candidata (ou quem a assessora) delira, talvez motivada por assombrações que lhe assomam, vendo uma privatização a cada esquina".
Em seguida, Zylbersztajn expõe qual é seu ponto de vista a respeito das privatizações: "defendi a manutenção do atual sistema de concessões também para as futuras licitações, sejam elas no pré-sal, ou fora dele. As áreas do pré-sal, contém, como seria de se esperar, petróleo e gás, os mesmos existentes nas áreas fora do pré-sal. O modelo de partilha proposto, na minha opinião, é danoso aos interesses do país, por motivos diversos, que não cabem explicar em detalhes neste momento. O pior deles refere-se à criação de uma estatal para comprar e vender petróleo. Além do mais, a proposta é danosa à Petrobras, que, queira ou não, será obrigada a participar de todos os campos do pré-sal, seja isto de seu interesse, ou não".
O economista justifica sua opinião afirmando que "o exitoso modelo de concessões foi implantado a partir da Lei do Petróleo, a partir de 1999", para depois argumentar que no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (que já foi seu sogro) foram realizados quatro leilões sob este regime, ao passo que no governo do PT, foram seis. "Ou seja, se este é um modelo privatizante, foi aplicado de forma bem sucedida e permanente pelo governo do qual fazia parte a candidata Dilma, inclusive na qualidade de Ministra de Minas e Energia", analisa.
Zylbersztajn encerra sua nota parafraseando um trecho do livro "O Crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós: "para uma situação semelhante, o autor afirmava tratar-se de 'má fé cínica ou obtusidade córnea'. Neste caso, suponho tratar-se de ambas".

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