No Paraná, candidato a senador defende fechamento do Senado

O candidato a senador do Psol no Paraná, Luiz Piva, causou surpresa ao declarar, em seu programa eleitoral, que, se eleito, lutará pelo fechamento do Senado. Piva, que também defendeu essa proposta no debate entre os aspirantes ao Senado na semana passada, sustenta que uma única Câmara Legislativa é suficiente para o País e que o Senado não vale os R$ 3 bilhões por ano gastos para sustentá-lo.

"O Senado é uma criação do século XIX, para acomodar os coronéis. E, atualmente não mudou muito, pois lá está o Sarney, que não me deixa mentir. A Câmara dos Deputados é suficiente para cumprir o papel que cabe ao legislativo federal", disse. O candidato não acha contraditório estar disputando uma eleição para um cargo que quer extinguir. "É a forma que encontrei para mobilizar a sociedade em favor dessa bandeira. Como professor, dando aula de manhã, tarde e noite, não me sobra muito tempo para essa mobilização. Lá dentro ficaria mais fácil. Mas também já deixo registrado que sou contra reeleição, então, só terei oito anos para tentar fazer avançar essa proposta em Brasília", disse Piva, que sugere a convocação de um plebiscito para que a população decida sobre a necessidade do Senado.

O candidato reconhece que o eleitor pode não estar entendendo sua proposição. "Com meus 20 segundos, três vezes por semana, fica difícil entender alguma coisa, de todo modo, instalei o questionamento, a reflexão e espero ver um dia um plebiscito para a população decidir sobre o tema. Tenho recebido manifestações de apoio. Agora, quem prefere ter uma casa revisora e abrigo para coronéis e políticos profissionais, sustentada com dinheiro público, provavelmente não votará na proposta que defendo". Questionado como, se eleito, conseguiria convencer seus colegas de Congresso a analisar o fim do Senado, Piva foi realista. "Aí você quer o impossível. Pois como convencer uma turma que trabalha uma vez por semana, que é a sessão de terça feira, ganha bem, tem mordomia a querer acabar com os privilégios? De outro lado espero contar com aqueles poucos senadores comprometidos com o povo, que tem gente que não acredita, mas existem e, com eles reforçar o debate com a população, que ao final, com sua pressão, poderá obter uma vitória".