Irritados com as declarações de desprezo da presidenciável petista Dilma Roussef sobre o candidato do PMDB a governador da Bahia, Geddel Vieira Lima, esta semana, prefeitos peemedebistas suspenderam toda a propaganda que faziam da candidata do PT à Presidência em seus municípios.
O movimento, que teria sido iniciado imediatamente após a passagem de Dilma por Salvador, no início da semana, a princípio à revelia da direção partidária, ganhou novo fôlego depois que a cúpula do partido na Bahia também retirou as imagens da candidata e do presidente Lula de toda a campanha de Geddel.
De acordo com relato de um prefeito do PMDB que procurou o Política Livre, hoje pela manhã, todo o material conjunto de Geddel com Dilma e Lula que mandou produzir para panfletar na região foi jogado no lixo. “Não faz mais sentido. A mulher foi de uma arrogância descomunal”, disse.
Segundo ele, apesar de não haver uma organização formal no movimento, vários prefeitos passaram a se telefonar depois das declarações de Dilma e, “até por solidariedade a Geddel”, concluíram que a candidata do PT não merecia mais o apoio deles no interior.
“Se ela está assim agora, desprezando nosso apoio, imagine quando chegar à Presidência”, declarou outro prefeito do PMDB ao site, observando que o caminho natural do “time de Geddel” será seguir na direção do candidato do PSDB, José Serra, ou da presidenciável verde, Marina Silva.
O principal argumento dos prefeitos do PMDB é que Dilma rompeu o acordo formalizado com Geddel pelo qual prestigiaria os dois palanques na Bahia – o dele e o do governador Jaques Wagner (PT). “Como já se viu alguém retirar um candidato da disputa como ela fez?”, acrescentou um deles.
Em sua passagem por Salvador para gravar novas imagens para sua propaganda eleitoral, no início da semana, Dilma disse que dedicava seu apoio exclusivamente a Wagner na Bahia, porque Geddel não conseguiu decolar nas pesquisas de opinião. (Raul Monteiro)
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