Municípios mais ricos concentram 47% da riqueza do país, diz Ipea

Muitos com pouco, e poucos com muito. A frase que ilustra a desigualdade entre os brasileiros ricos e pobres é válida também para o conjunto de municípios do país.

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 1% dos municípios mais ricos respondem por 47% de toda riqueza produzida no Brasil. Por outro lado, 70% das cidades mais pobres respondem por apenas 14,7% do PIB (Produto Interno Bruto).A comparação com dados históricos indica que os municípios mais ricos respondem por uma fatia cada vez maior das riquezas do país. Em 1920, os 70% mais pobres respondiam por 31,2% do PIB -- mais do que o dobro do cenário atual.

O estudo do Ipea mostra ainda que as desigualdades entre os municípios cresce em ritmo menor desde 2000.

As explicações passam pelo maior investimento público em energia e infraestrutura, como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), e pelo avanço das políticas de transferência de renda. Mesmo assim, os programas, por si só, não foram suficientes para diminuir o grau da concentração da renda.

Entre 1996 e 2007, houve aumento da desigualdade entre os municípios mais ricos e mais pobres no Espírito Santo (3,7%) e no Mato Grosso do Sul (1,9%). O Acre (13,5%), Sergipe (11,3%) e Rondônia (9,0%) foram os Estados com maior queda no índice no mesmo período. Goiás (0,3%) e São Paulo (1,3%) apresentaram as menores reduções na desigualdade territorial da renda.

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