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Os altos índices de violência já não estão mais restritos apenas aos grandes centros urbanos, como Salvador. Na cidade de Itabuna, Sul do estado, foram registrados nos primeiros seis meses deste ano cerca de cem homicídios. A maioria das vítimas tinha entre 12 e 29 anos, jovens, que, segundo a delegada da 6ª Coordenadoria de Polícia Civil do Interior, Katiana Teixeira, tinham envolvimentos com o tráfico de drogas da região.
Para tentar diminuir os números de crimes ocorridos na cidade, o Ministério Público do Estado (MP-BA) realizou na manhã desta sexta-feira (30) um seminário em que foram discutidos planos de segurança para a região. De acordo com a promotora Renata Barros Dacach, é necessário a implementação de estratégias de segurança pública que reúnam todos os atores que integram os sistemas de Justiça e Segurança no município, que fica a 433 quilômetros de Salvador
Segundo a promotora de Justiça, Itabuna foi considerado o município mais violento para jovens no Brasil no ano de 2009. Além dele, os municípios de Ilhéus, Lauro de Freitas, Camaçari e Teixeira de Freitas constaram no ranking dos 15 mais violentos do país. “É diante desses dados concretos que precisamos agir”, disse a promotora. “Vamos unir esforços para enfrentar e minimizar o problema”, continuou.
Renata Dacah disse ainda que, em primeiro lugar, o município deve trabalhar para reduzir o número de homicídios e o índice de violência, viabilizando-se, para isso, o acesso de policiais aos bairros periféricos; estudando a possibilidade de proposição de um projeto de lei que reajuste o horário de fechamento de bares; regulamentando a atividade dos moto-táxis, já que dados indicam que 99% do tráfico está relacionado a este serviço; operacionalizando a implantação de centrais de vídeo-monitoramento e implementando sistemas de informações criminais para mapeamento da criminalidade na cidade.
Aliado a isso, complementou, é preciso criar e implementar políticas públicas de prevenção da violência voltadas para os jovens que estão sofrendo com o tráfico que, segundo Katiana Teixeira, já se iguala, em intensidade, ao do Rio de Janeiro. É preciso também aparelhar as polícias Civil e Militar e a guarda municipal, sendo imprescindível promover melhorias no sistema prisional de Itabuna, que é deficiente, concluiu a promotora.
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