Juiz morto por PM já havia se envolvido em brigas de trânsito

Tribunadabahia


O juiz de Direito da Comarca de Camamu, Sul da Bahia, Carlos Alessandro Pitágoras Ribeiro, 38 anos, assassinado pelo Policial Militar Daniel dos Santos Soares no último sábado, havia registrado três queixas em duas delegacias da capital baiana.
Nos boletins de ocorrência, apontava o magistrado como vítima de brigas no trânsito. As ocorrências foram registradas no dia 10/4/2001, 6/2/2000 e 19/7/2005. Em dois casos, uma pessoa que não teve o nome divulgado, teria xingado o juiz durante discussão por uma vaga de estacionamento. Em outro episódio, numa briga pelo mesmo motivo, outra pessoa teria arranhado o carro do magistrado. Em outro momento, ele alegou ter sido agredido.

Os repórteres da Tribuna não tiveram acesso às ocorrências, apesar destas terem sido confirmadas por pessoas que trabalham nas unidades. O delegado Omar Andrade, encarregado das investigações, disse desconhecer essas ocorrências, mas salientou que se existirem, também serão apuradas. “Espero ter até o final dessa semana o desfecho para esse caso nebuloso”, confirmou o delegado. Até agora, onze pessoas foram ouvidas pela polícia, mas nenhuma testemunha que tenha presenciado a morte do juiz.
NOVA VERSÃO - Um taxista que faz ponto próximo ao local do crime relatou a um policial o que viu. Porém, a versão não foi registrada pela polícia na delegacia da área. Segundo esta nova testemunha, estaria havendo uma briga na rua e o magistrado, ao passar pelo local, desceu do carro para conter o desentendimento. Justamente naquele momento, o policial Daniel dos Santos Soares teria parado e visto o juiz com a arma em punho.
O PM teria mandado ele guardar a arma, quando começou a confusão que resultou na morte do juiz. A informação foi repassada por um taxista para um policial da 16ª delegacia da Pituba, que informou não estaria acompanhando as investigações.
Mas na versão do acusado do crime, ele teve o carro fechado pelo do juiz, que já teria descido do veículo com uma pistola 9 milímetros em punho. Ainda de acordo com a declaração do soldado, ele pediu para que o juiz parasse e como não foi atendido, o soldado atirou na clavícula do magistrado na intenção de detê-lo, mas a vítima teria continuado andando, sendo baleada no abdômen. Em nenhum momento o juiz chegou a desferir qualquer tiro, mesmo porque, a sua arma estava travada.
A Tribuna divulgou com exclusividade o relato de um trabalhador da região, que descreve que o PM e o magistrado entraram juntos em numa curva, o que teria provocado a reação do juiz, de em seguida, descer do carro e se dirigir ao encontro do outro motorista. Carlos Alessandro Pitágoras Ribeiro teria descido do veículo armado e ao perceber a aproximação, o policial teria descido do carro e atirado duas vezes seguida, contra o juiz, que ao cair no chão, foi retirado pelo policial da pista e colocado na calçada, segundo o acusado, na intenção de prestar socorro.

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