Atarde
A promotora de Justiça da comarca de Vitória da Conquista Genísia Oliveira teve sua caminhonete importada de cor prata alvejada na noite da última terça-feira, 4, por um disparo de pistola ponto 40, arma de calibre de uso exclusivo de policiais. Horas depois, ela já estava em casa quando recebeu ameaça de morte, por meio de um telefonema anônimo a seu telefone celular pessoal.
O atentado e a ameaça ocorreram no mesmo dia do cumprimento de dez mandados de prisão de policiais militares do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Vitória da Conquista, acusados da participação em 11 homicídios e desaparecimento de três adolescentes na madrugada do dia 29 de fevereiro deste ano, no Alto da Conquista. A chacina teria ocorrido em retaliação ao assassinato do policial Marcelo Márcio Lima da Silva, ocorrida três horas antes.
Genísia Oliveira é a responsável pelas investigações sobre o caso e a suposta existência de um grupo de extermínio na cidade e integra a força tarefa de promotores que representaram na Justiça contra 35 PMs acusados de participapação nos assassinatos no Alta da Conquista. O juiz da 2ª Vara Crime de Vitória da Conquista, Reno Soares, acatou o pedido de prisão temporária e pediu aprofundamento das investigações.
Proteção – Na quinta, 6, a promotora fez contato com representantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP (Gaeco). Ela ameaçou abandonar a investigação caso não fossem destacados policiais de Salvador para sua sua segurança.
“Tenho que buscar proteção na minha instituição”, disse ela, na porta da sede do MP em Conquista, onde uma hora antes havia chegado sozinha, de táxi, sem qualquer proteção armada. Demonstrando nervosismo quando saía do prédio, a promotora não quis falar sobre a agressão. A promotora sequer quis esperar na calçada o carro que iria conduzi-la. Diante da demora, ela retornou e buscou proteção na sede do MP, protegido apenas por um segurança desarmado.
Será que não é os bandidos que estão por traz disso?
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