A oposição ao governador Wagner vem martelando em dois pontos que consideram cruciais para minar o governo: as áreas da segurança e da saúde. Vitais para a sociedade ganham espaços generosos na mídia, até independente de reforços políticos. Agora, então, com aumento dos índices da violência, esse escabroso caso de Vitória da Conquista, e as homeopáticas, mas frequentes mortes por meningite meningocócica, o governo necessita de uma ação mais dinâmica.
Durante esta semana, conversei com um oficial graduado da PM, técnico em conflitos, e ele me expôs como é complexo o problema da segurança. Isso porque, em sua opinião, envolve estruturas que estão arraigadas no Estado há anos, cuja mobilidade no momento de treinar, renovar, capacitar, é mais lenta do que a capacidade do crime organizado que atua em células menores, mas ágil, mais contemporâneo em armas e estratégias. É claro que a Polícia (PM e Civil) tem núcleos de excelência, mas, sua mobilidade num estado do tamanho da Bahia (território igual ao da França) é lenta.
A Tropa de Choque está sediada em Lauro de Freitas e não em Candeal, Ibirapitanga ou Amargosa, locais onde ocorreram recentes assaltos. A questão, portanto, é estrutural e requer tempo, treinamento, capacitação e salários. No caso da RMS ele atribui o aumento da violência à densidade demográfica, a pobreza e a mecanismos judiciais envolvendo a impunidade. E, Salvador, por ser a capital, núcleo mais povoado e rico, sofre mais, ainda que a repressão seja permanente.
Os números são da Agecom com base no Instituto Sangari. A taxa de homicídios em relação a 100.000 habitantes era de 6.8%, em 1999, subindo para 13%, em 2002 (governo César Borges); e saltando para 23.5%, em 2006 (governo Paulo Souto). No último dado da década (1997/2007), chegou a 25.7% e não para de crescer. O governo diz que está tentando mudar esse quadro com investimentos e aponta números, que vão de 250 novas viaturas a coletes a provas de bala. Pouco. Como me disse o oficial da PM: vai demorar mais pra resolver.
O outro calo é a saúde. Ora, está morrendo quase todo dia uma pessoa de meningite. O secretário Jorge Solla diz que não há o que temer porque não existe um surto (10 casos em 100). Mas, já existe um pavor na sociedade e as urgências dos hospitais estão lotadas de pacientes, os quais, ao primeiro sinal de dor de cabeça e febre são deslocados para essas unidades médicas. Estamos no mês de maio: 25 mortos. Nesse ritmo pode-se chegar em setembro, boca da eleição, com mais de 100 mortos se uma ação mais efetiva não for realizada.
Será que isso não é gravíssimo para um candidato à reeleição? O assunto já virou notícia nacional com Alexandre Garcia no jornal da Rede Globo. Então, independente disso, embora a vacina não tenha a efetividade como na paralisia infantil, gripe H1N1 e outros, deveria ser aplicada em áreas críticas – São Caetano, Itapuã, Coutos, Fazenda Coutos, etc – e isso amenizaria o problema. Camaçari vai vacinar neste sábado, por conta própria todas as crianças de 5 e 6 anos, 11 meses e 29 dias contra meningite meningocócica tipo C.
É isso. Iniciativa. Solla é um secretário trabalhador. Agora, a dor do calo é no pé de Wagner.
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