O desaparecimento de florestas e bidês


Tenho certo fascínio por estatísticas que agregam atos individuais em cifras portentosas. O think-tank ambiental Worldwatch Institute, dos EUA, é mestre nisso - com um viés verde. Na nova edição de sua revista (capa acima), Noelle Robbins revela que o equivalente a 270 mil árvores vão parar todos os dias nos lixões do mundo na forma de papel.
Cerca de 10% disso, diz Robbins, é papel higiênico. Faça as contas: dá quase 20 árvores por minuto, só para uma pequena parte afluente da humanidade realizar essa forma específica de higiene corporal. Para a maioria da população, contudo, não é essa a solução tecnológica do problema - o repertório de alternativas inclui folhas, areia e água.
Como o consumo de papel higiênico está crescendo, a matéria de Robbins se inclina pelo incentivo à reciclagem e aperfeiçoamento do produto. Para pessoas de "fino tato", como dizia uma antiga propaganda, que já enfrentam problemas mesmo com supermaciez e folha dupla, não é uma opção.
Recomenda-se, nesses casos e para todas as pessoas, o meio mais antigo de limpeza corporal - água. Como os banheiros não têm mais bidês, polivalente modalidade de louça sanitária provida de certeiro chuveirinho que, reza a lenda, era proibido mostrar nas raras cenas de Hollywood filmadas em banheiros, resta a ducha sanitária - aquele chuveirinho dependurado ao lado da privada nas construções mais recentes e nos melhores hotéis.
Seu emprego requer alguma prática e habilidade. Iniciantes costumam promover inundações parciais do banheiro, mas mesmo eles dificilmente gastarão mais água no processo do que se consome na fabricação da quantidade equivalente de papel. Com o tempo vem a destreza, e uma pequena porção de líquido garantirá eliminação completa de resíduos, em lugar de espalhamento - para o bem da civilização.
Para quem nunca viu um bidê, achei na internet esta imagem bem ilustrativa:


Um comentário:

  1. Uma opção interessante e mais prática do que esse bidê brasileiro, é o bidê da Europa em que a água sai de uma torneira e não da duchinha de baixo. Os homens, lá, se lavam com muita facilidade e economizam papel com isso. Achei sua iniciativa muito valiosa. Deveríamos incentivar as crianças a começarem com essa prática. Os mais velhos terão mais dificuldade para mudar esse hábito do papel higiênico. Sabemos que também nos países da ásia, o pessoal se lava, e não existe o hábito que existe aqui, para desespero dos brasileiros que vão à Índia por exemplo. Lá, em todos os banheiros, há a torneirinha na parede ao lado do vaso e uma canequinha para ajudar na higiene.
    Flai

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