Chefe de segurança da copa questiona ameaça terrorista da Al-Qaeda

Diante da repercussão das ameaças terroristas da rede fundamentalista Al-Qaeda, os chefes de segurança da Copa do Mundo relativizaram o temor criado. Em entrevista à BBC, Vishnu Naidoo, responsável pelo policiamento da competição, chegou a pôr em xeque a veracidade do documento divulgado na internet, que ameaçava a partida entre Estados Unidos e Inglaterra, na primeira fase.
“Nós não identificamos nenhuma ameaça específica relacionada ao artigo. A credibilidade deste texto deve ser questionada, mas nós vamos seguir procurando. Não podemos ignorá-los”, disse Naidoo.
A ameaça não foi a primeira registrada às vésperas da Copa do Mundo. No fim do ano passado, a polícia sul-africana chegou a prender supostos integrantes da Al-Qaeda, que planejavam um atentado durante a competição. Desta vez, porém, o braço argelino do grupo, responsável pela elaboração do artigo, disse até o local do ataque.
“Pense em como seria incrível se, durante uma partida entre Estados Unidos e Grã Bretanha, transmitida para todo o mundo e com muitos torcedores, uma explosão ecoa, o estádio vira de ponta-cabeça e o número de corpos é contado em dezenas e milhares”, disse o manifesto, publicado na revista Mushtaqun Lel Jannah e reproduzido pela americana CBS.
As dúvidas sobre a veracidade da ameaça não são compartilhadas por especialistas no assunto. “É genuíno e muito similar a vários outros sites ligados à Al-Qaeda”, disse Paul Wilkinson, professor da Universidade de St. Andrews e especialista em segurança do Reino Unido.
O especialista apenas ressaltou que não é comum a divulgação prévia de um possível alvo, mas disse que mesmo assim a organização deve ficar atenta. “Não é usual, para dizer o mínimo. Mas os fanáticos que olham a mensagem podem tentar fazer alguma coisa por conta própria por entenderem que o grupo realmente quer isso”, disse Wilkinson.
Naidoo, porém, reforça a confiança no esquema de segurança adotado. “A Interpol estará baseada na África do Sul durante a Copa. Eles já têm uma base de dados com os nomes das pessoas envolvidas com este tipo de ação”, disse o policial.