Tribunadabahia
Depois de dar um demorado molho em Waldir Pires, que lhe pedia um audiência há pelo menos quatro meses, segundo relato do ex-presidente da Infraero e waldirista Sérgio Gaudenzi a um jornal de grande circulação, o governador Jaques Wagner (PT) chamou na segunda-feira à noite o ex-governador e ex-ministro da Defesa para uma conversa reservada, que durou pelo menos duas horas.
No encontro, Waldir comunicou oficialmente a Wagner seu interesse em disputar uma vaga ao Senado, apesar da determinação do governador de compor sua chapa com dois quadros egressos do carlismo – o senador César Borges (PR) e o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) Otto Alencar – e admitiu submeter seu nome, inclusive, à convenção partidária.
O convite de Wagner para a conversa com Waldir ocorreu um dia depois que, em Vitória da Conquista, um dos principais municípios baianos controlados pelo PT, o ex-governador teve seu nome lançado ao Senado por cerca de 20 dos diretórios petistas da região, num movimento que, segundo membros do partido, tende a se repetir em outras cidades baianas.
De acordo com um petista que conversou ontem com o Política Livre, a candidatura de Waldir não apenas cresce no partido, como pode se constituir num verdadeiro lenitivo para que os petistas passem a encarar com maior naturalidade a decisão de Wagner de costurar uma aliança com Borges e Otto com o “objetivo estrito de tentar vencer as eleições no primeiro turno”.
“A presença de Waldir na chapa seria a única forma de o PT engolir esta composição meramente eleitoral de Wagner”, afirmou a mesma fonte, destacando a tese de que uma chapa com três ex-governadores teria peso considerável na sucessão, embora levasse à conclusão, natural, de exclusão do nome da deputada federal Lídice da Mata (PSB) do time ao lado do qual Wagner pretende concorrer à reeleição.
Do lado de Wagner, entretanto, os rumores não seriam dos melhores com relação à candidatura de Pires, segundo se comenta à boca pequena, principalmente, na Governadoria. Ao interlocutor recente com que conversou sobre a sucessão, o governador teria dito que, apesar do grande respeito que devota ao ex-governador, preferiria erigir um monumento em sua homenagem que integrá-lo à chapa.
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