* com informações da Agência Estado e Agência Brasil
A Comissão Especial da Câmara Distrital do Distrito Federal aprovou, por unanimidade, o parecer favorável do relator e deputado Chico Leite (PT) ao impeachment do governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido), que está preso pela Polícia Federal (PF) desde o dia 11 por obstruir as investigações sobre um suposto esquema de corrupção no governo.
Os cinco parlamentares que formam o grupo – Chico Leite, Cristiano Araújo (PTB), Paulo Roriz (DEM), Batista das Cooperativas (PRP) e José Antonio Reguffe (PDT) – decidiram aceitar o pedido.
“Tive receio de que o parecer fosse político, mas quero parabenizar porque foi um parecer jurídico”, ressaltou Paulo Roriz. O deputado Chico Leite, encarregado do texto, é promotor de Justiça.
O documento será votado em plenário na próxima terça-feira, quando pode ser aprovado por maioria simples, 14 deputados. Em seguida, o governador licenciado será notificado e terá 20 dias úteis para apresentar sua defesa. Depois desse prazo, outro relatório será feito, com base na defesa de Arruda, e será votado em plenário. Essa sessão seria a data final que Arruda teria para renunciar e não perder os direitos políticos se o impeachment for aprovado.
Se aprovado, Arruda é afastado por 120 dias e o processo de impeachment será julgado por um tribunal formado por cinco deputados distritais e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do DF.
Nas 22 páginas do relatório, Chico Leite detalha as denúncias contra Arruda. “Se do cidadão comum exige-se que respeite a coisa pública, que evite atos que violem direitos alheios, imagine o que deveria ser exigido de um governador de unidade da Federação.”
Gravações mostram Antônio Bento da Silva entregando R$ 200 mil ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra. O dinheiro seria uma tentativa de suborno para que Sombra prestasse depoimento favorável à Arruda na Polícia Federal.
O jornalista ainda teria recebido um bilhete de Arruda, entregue pelo deputado distrital Geraldo Naves (DEM). O secretário de comunicação do GDF, Wellington Moraes, também estaria envolvido nas negociações. Os três estão no presídio da Papuda, em Brasília.
Advogados deixam caso Arruda
O advogado José Gerardo Grossi confirmou que deixou a defesa de Arruda. Ele não está mais no caso desde a manhã desta quinta-feira, quando se encontrou com Arruda para apresentar a carta de renúncia. Em seguida, Grossi encaminhou o comunicado à Superintendência da Polícia Federal (PF).
O advogado alegou “motivos de foro íntimo” para se afastar do caso. Além dele, deixaram a defesa do governador licenciado três advogados: Nabor Bulhões, Eduardo Alckmin e Eduardo Ferrão. Todos eles foram convidados por Arruda a pedido do próprio Grossi.
“Ao ver o volume de serviço que esse caso ia requerer, sugeri ao Arruda que também os contratasse em função da experiência que têm”, disse Grossi. Ele informou que os profissionais do seu escritório atuam em cerca de 200 casos.
Com a saída de Grossi e dos outros três advogados do caso, a defesa de Arruda fica a cargo apenas de Nélio Machado e de sua equipe.
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