O tenente da Polícia Militar Jorge Ubirajara Pedreira (à dir. na foto), do 15º Batalhão (Itabuna) foi designado coordenador da sindicância que vai apurar se a morte de 10 jovens em Vitória da Conquista (a 509 km de Salvador.) tem envolvimento de policiais militares e se tem relação com o assassinato do soldado da Polícia Militar, Marcelo Márcio Lima Silva, 32, no último dia 28.
A decisão, conforme o chefe de comunicação da PM, capitão Marcelo Pitta, foi tomada após reunião na tarde desta terça, com representantes da polícia, do Ministério Público, OAB e sociedade civil. O prazo para conclusão da sindicância é de 30 dias.
Em Conquista, o clima é de tensão. Dez mortes confirmadas, nove anunciadas extra-oficialmente e três adolescentes desaparecidos, depois de terem sido retirados à força de casa. Este é o balanço parcial de uma série de ações creditadas a milícias depois da morte do policial militar com um tiro na nuca, no bairro Alto da Conquista.
Nesta terça, representantes da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério Público Estadual (MPE) e da Defensoria Pública protocolaram representação no Comando do Policiamento Regional Sul (CPR/Sul). Eles denunciam a ação de supostos militares que estariam rondando o escritório de advocacia e a sede das instituições, em atitude de ameaça.
O comandante do CPR/Sul, coronel Ivo Silva Santos, recebeu as denúncias e prometeu rigor. “Recebemos quatro denúncias contra policias e vamos tomar providências imediatas em relação a apuração dos fatos”.
Negociação - O suposto autor do crime, um adolescente de 17 anos, conhecido como Jararaca, negociou sua rendição e foi apresentado à Justiça, sob forte esquema de segurança, na noite de segunda-feira, 1º. O jovem está numa cela especial do Presídio Nilton Gonçalves. A lei prevê que o adolescente permaneça no local até 45 dias. Caso não haja uma sentença, ele será liberado.
Nesta terça, foi enterrado o corpo de Ozéias Belas de Oliveira, 15. O jovem, um dos sequestrados na madrugada do dia 29, no Alto da Conquista – em companhia de Jocafre Marques Souza, 17 e Mateus de Jesus Santos e Vanessa Santos Morais, ambos de 14 – foi espancado e morto a tiros. Os demais estão desaparecidos.
No mesmo local onde Ozéias foi encontrado, outros 2 corpos estavam crivados de balas. A exemplo dos desaparecidos, Henrique de Abreu Ferreira, 17 e Robson Santana Aragão, de 19, tinham ligação, mesmo que indireta, com Jararaca. Também foram executados a tiros no fim-de-semana, Tiago Borges de Souza, 22 e Harrison Santos Mota, no Bairro Guarani e Geraldo Sousa Santos, 33, no Patagônia. Na madrugada do crime e na mesma rua, a casa de Jorge Moreira da Silva, 40, teve a porta arrombada. Ele foi retirado da cama e morto a tiros, na calçada.
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