No início da noite, Arruda foi até a janela da sala onde está preso: na porta da PF, seis pessoas rezavam por ele.
/CAIXA DE PANDORA
Edson Luiz /CORREIO BRAZILIENSE
Polícia Federal praticamente descartou a transferência do governador afastado, José Roberto Arruda, do Complexo no Setor Policial Sul, para algum órgão de segurança do Governo do Distrito Federal. A possibilidade vinha sendo cogitada desde domingo. Ontem, Arruda recebeu apenas a visita de Thiago Bouza, um de seus advogados, e da primeira-dama, Flária Peres Arruda. No fim da tarde, como faz desde o início da semana, foi para o banho de sol em uma área externa do Instituto Nacional de Criminalística (INC), onde está recolhido desde quinta-feira da semana passada.
Bouza afirmou que Arruda está mais abatido que nos dias anteriores. “Ele mostrou interesse no que está acontecendo”, limitou-se a dizer. Hoje, o escritório do advogado Nélio Machado — que comanda o grupo de defensores do governador afastado — deve se reunir para decidir sobre os meios que utilizarão para tentar libertá-lo.
Segundo a Polícia Federal, é bastante improvável que Arruda seja transferido para um outro local, a não ser que haja determinação do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves, responsável pelo inquérito que subsidiou a Operação Caixa de Pandora. Boatos desde domingo davam conta de que o governador afastado seria levado para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, em outro prédio próximo ao Complexo da PF. O próprio advogado de Arruda também descartou esta possibilidade. “Ainda não sabemos. É improvável”, afirmou Bouza.
Ontem, só no início da noite, por volta das 19h, a primeira-dama esteve no INC visitando o marido. Levou o jantar para ele e permaneceu na PF aproximadamente uma hora. Do lado de fora do prédio, vários curiosos e turistas tiraram fotos, sempre perguntando onde Arruda estava detido. Na rua em frente ao complexo da Polícia Federal, carros que passavam pela avenida do Setor Policial Sul buzinavam e seus ocupantes gritavam palavras de ordem contra o governador afastado. Pela primeira vez, as janelas da sala onde ele está foram fechadas, supostamente pelo próprio Arruda. O cômodo de 40 metros quadrados pertence ao diretor técnico-científico da PF, Paulo Roberto Fagundes. Com a volta ao trabalho após o feriado de carnaval, ele deve despachar de outro local, dentro do INC.
Arruda continua sem receber ou fazer ligações telefônicas, mas tem acesso a jornais e revistas. Diariamente são entregues à PF livros e recados de amigos do governador afastados e também de desconhecido. Mas nem tudo é encaminhado a Arruda.
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