Uma coisa que poucos sabem é que a maioria da população humana global é intolerante ao leite, em concreto, à lactose. Como mamíferos que somos, estamos programados para gerar uma enzima, a lactase, que decompõe a lactose em glicose e portanto transforma-a em uma fonte de energia... quando somos crianças. Como norma, a partir dos 4 anos já se gera pouca lactase, e a produção vai decaindo até desaparecer quando somos adulto, quando portanto tomar leite pode causar diarréias e vômitos. |
Então, como é que alguns humanos sim podemos e outros não tomar leite sendo adultos?
A resposta vem, assim como de tantas outras coisas, de estudos genéticos: analisando e comparando o genoma de grupos humanos de todo mundo, foi possível recriar a árvore filogenética que explica de onde vem as famílias que sobreviveram até o dia atual, ressaltando ademais que todos temos partes em comum e outras nem tanto. Na origem comum de todos os humanos, não éramos tolerantes à lactose. Mas há somente 400 gerações (10.000 anos), apareceu uma mutação concreta no cromossomo 2 (em um gene dominante) que desativava a parada programada na geração de lactase. Ainda que a mutação apareceria provavelmente várias vezes de forma independente, em ao menos uma ocasião o mutante foi favorecido por sua capacidade de beber leite. Favorecido em sentido darwiniano; quer dizer que teve mais probabilidades de chegar a idade de ter descendência e assim passar a mutação a seus filhos, e estes aos seus, etc... até hoje. As hipóteses mais comuns são que em épocas de escassez de alimento os humanos dos povos que criavam gado tomariam leite na falta de outros víveres. Além de contribuir nutrientes, o leite seria menos propenso a conter infecções como acontece com a água em certas ocasiões, de modo que ficou claro a vantagem da bebê-lo. A mutação é muito rara nas comunidades que não tiveram tradição de pastoreio, como na China (somente 1%). Na África também é baixa a percentagem de pessoas que toleram a lactose, menos em algumas comunidades com tradição de pastoreio. No entanto, parece que nestes grupos há três versões diferentes da mutação, o que demonstra que apareceu de forma independente. Em resumo: a tolerância ao leite que alguns adultos temos é só mais uma mostra (das inumeráveis) do longo caminho evolutivo de nossa raça (por verdadeiro, sim, os humanos só somos uma única raça).
A resposta vem, assim como de tantas outras coisas, de estudos genéticos: analisando e comparando o genoma de grupos humanos de todo mundo, foi possível recriar a árvore filogenética que explica de onde vem as famílias que sobreviveram até o dia atual, ressaltando ademais que todos temos partes em comum e outras nem tanto. Na origem comum de todos os humanos, não éramos tolerantes à lactose. Mas há somente 400 gerações (10.000 anos), apareceu uma mutação concreta no cromossomo 2 (em um gene dominante) que desativava a parada programada na geração de lactase. Ainda que a mutação apareceria provavelmente várias vezes de forma independente, em ao menos uma ocasião o mutante foi favorecido por sua capacidade de beber leite. Favorecido em sentido darwiniano; quer dizer que teve mais probabilidades de chegar a idade de ter descendência e assim passar a mutação a seus filhos, e estes aos seus, etc... até hoje. As hipóteses mais comuns são que em épocas de escassez de alimento os humanos dos povos que criavam gado tomariam leite na falta de outros víveres. Além de contribuir nutrientes, o leite seria menos propenso a conter infecções como acontece com a água em certas ocasiões, de modo que ficou claro a vantagem da bebê-lo. A mutação é muito rara nas comunidades que não tiveram tradição de pastoreio, como na China (somente 1%). Na África também é baixa a percentagem de pessoas que toleram a lactose, menos em algumas comunidades com tradição de pastoreio. No entanto, parece que nestes grupos há três versões diferentes da mutação, o que demonstra que apareceu de forma independente. Em resumo: a tolerância ao leite que alguns adultos temos é só mais uma mostra (das inumeráveis) do longo caminho evolutivo de nossa raça (por verdadeiro, sim, os humanos só somos uma única raça).
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