Volkswagen Amarok. O nome esquisito significa "lobo" no dialeto esquimó inuit (quem é ligado em informática e adepto do sistema Linux já sabia disso), mas no Brasil já é sinônimo daquele que deve ser o lançamento mais quente do primeiro trimestre. A montadora alemã sabe do caráter bombástico de sua criação e trata de capitalizar: a picape média só chega oficialmente entre fevereiro e março, mas uma pré-estreia foi feita na Argentina (onde o modelo será produzido, como aponta coluna publicada noInterpress Motor), teasers pipocam na internet (veja um, com roqueiros do Scorpions, no site parceiro Carsale), e um exemplar está exposto no Casa Grande Boulevard Mall, no Guarujá, balneário que atrai a endinheirada elite paulista durante o verão.
UOL Carros desceu a serra para mostrar os detalhes da picape (veja aqui o álbum de fotos exclusivo), que chega para chutar a porta do segmento. O alvo principal é a Toyota Hilux -- porte, robustez e equipamentos estão no mesmo nível da rival japonesa, que também é fabricada na Argentina. Nissan Frontier, Chevrolet S10, Ford Ranger e (em escala menor) Mitsubishi L200 também entram na alça de mira. O preço final ainda é segredo, mas também deve ficar próximo ao da Hilux, orbitando entre R$ 90 mil e R$ 120 mil.
Numa primeira fase, a Amarok estará disponível apenas na carroceria de cabine dupla e na versão de acabamento mais cara (Highline) equipada com motor a diesel 2.0 TDI biturbo de 163 cv e cerca de 40 kgfm (400 Nm). O câmbio é manual de seis marchas. São 5,32 m de picape, com 1,95 m de largura, 1,83 m de altura total (distância mínima do solo de 240 mm) e entre-eixos de 3,09 m. A caçamba tem capacidade de carga, segundo dados de fábrica, de 1,15 tonelada. Os pneus são 225/60 sobre rodas de alumínio aro 18. A tração é integral 4Motion com reduzida acionada por um apertar de botão no console central. A suspensão é do tipo McPherson na dianteira e por feixe de molas na traseira.
No interior, bancos de couro e espaço de sobra para até cinco pessoas agradam, enquanto o uso de plástico rígido e imperfeições de acabamento, como a falta de revestimento dos trilhos dos bancos dianteiros que podem machucar as pernas do ocupante, desagradam. O painel é típico da Volks: dois mostradores circulares analógicos (conta-giros e velocímetro) ladeiam a tela do computador de bordo, que inclui escala digital para temperatura do motor e nível de combustivel. Ao centro, um grande display de LCD com informações de multimídia e o controle do ar digital Climatronic. A segurança fica por conta dos sistemas ABS (com modo off-road), EBD (distribuidor de frenagem), BAS (frenagem de emergência), TCS (controle de tração), EBC (bloqueio eletrônico do diferencial), Hill Holder e duplo airbag.
INSPIRAÇÃO
Embora a adoção do atual DNA da Volkswagen fique bem clara na Amarok (a frente é uma versão anabolizada dos novos Golf e Polo europeus, bem como do nosso Fox renovado), elementos como as caixas de roda (muito) destacadas, formato externo da cabine e interior com luxo e conforto de sedã remetem ao modelo da Toyota. A explicação para tamanha afinidade pode vir da joint venture entre Volks e Toyota no início da década de 1990, na Europa, quando a marca alemã vendeu a Hilux com o nome de Volkswagen Taro por lá, permitindo a entrada dos japoneses no mercado europeu e a estreia da Volks no segmento de picapes médias. Durante um bom tempo, o projeto da Amarok foi apelidado de Taro II no velho Continente, antes dos codinomes SAR e Robust.
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