Edilson assina, mas não atende chamado de Renato Gaúcho


Daniel Dórea l A TARDE

A estratégia tricolor de ocupar o máximo espaço possível na mídia não poderia estar dando mais certo. Mesmo com o negócio fechado com o Capetinha Edilson desde a semana passada, a diretoria não confirmava e limitava-se a alimentar as especulações. Na segunda, o técnico Renato Gaúcho atrapalhou, garantindo que o jogador se apresentaria na terça-feira, 5.

A imprensa, assim como no dia da reapresentação, compareceu em peso ao Fazendão, mas Edilson não deu as caras. Suspense. Será que o Bahia teria voltado atrás? A dúvida durou até o superintendente Elizeu Godoy informar: “Ele estará aqui amanhã (terça) de manhã”.

Finalmente, o atacante assinou o contrato de risco, com valor de R$ 3 mil por partida. Mas o baiano, que gaba-se de saber levar vantagem nas negociações, não ia se contentar com essas cifras. As premiações em caso de bom rendimento e títulos não são tão modestas.

Tanto Edilson quanto o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, estiveram incomunicáveis na terça. Então, restou a Elizeu comentar sobre a contratação. “A moda é de times retrô agora. O Santos, por exemplo, está trazendo Giovanni, o Flamengo contratou Petkovic e foi campeão brasileiro”, citou. O dirigente, assim como Renato Gaúcho, ressaltou a atuação do até então ex-atleta no amistoso promovido por Ronaldinho, em Pituaçu.

“A gente viu ali que ele está se movimentando bem. Nós não estamos atrás de um camisa 10? Ele pode ser esse jogador. Tem visão de jogo, inteligência e tanta bola quanto Ramon. Se você bota ele pra criar e Rogerinho e Abedi pra correr, as defesas não vão pegar”, delirou.

Aos 39 anos, Edilson da Silva Ferreira tem um currículo inquestionável. É tricampeão brasileiro (um título pelo Palmeiras e dois com o Corinthians), faturou o Mundial de Clubes vestindo a camisa do Timão e fez parte do grupo da Seleção pentacampeã, em 2002.

Porém, depois de deixar o Vitória no final de 2007, o Capetinha nunca mais disputou uma partida profissional. Em entrevista na semana passada ao Esporte Clube, ele garantiu que, no início do Baiano, estará no mesmo nível dos companheiros. O fato é que, além de veteraníssimo e há muito longe dos gramados, Edilson já perdeu dois dias de concentração e treinos. Foi a “solução” que o clube encontrou para superar as dificuldades para contratar.

“O mercado é complicado e, se você traz um monte de jogadores, repete os erros. Estamos trabalhando com coerência. Não é negócio de maluco”, assegurou Elizeu, que disparou contra Nadson e Paulo Isidoro: “Se renovasse com eles, o Bahia não ia ganhar nada. O custo-benefício dos dois foi muito baixo. É melhor apostar em Edilson”.

O Capeta é o quarto campeão mundial que o Esquadrão contrata em sua história. Antes, só teve sucesso com Dadá Maravilha na década de 80. Pelo Bahia, o Beija-Flor – reserva na Copa do Mundo de 70 – marcou 53 gols e conquistou o Campeonato Estadual de 1981, quando tinha 35 anos.

Em 2003, foi a vez de o atacante Paulo Sérgio, aos 34, pintar no Fazendão. Figurante no tetra de 94, ele disputou 11 jogos com a camisa tricolor e não marcou. Companheiro de figuração nos Estados Unidos, Viola veio na Série B de 2005 e arrumou mais confusão do que ajudou. Com 36 anos, anotou dez tentos em 18 partidas.

A chance de Edilson resolver em campo é pequena, mas sua volta aos gramados promete dar o que falar. “Não consigo ouvir as entrevistas dos jogadores atuais. Na minha época, era normal ter personalidade para falar. Os atletas de agora são podados até se transformarem em robôs. Infelizmente, o torcedor brasileiro aceita esses jogadorezinhos”, disparou, em entrevista à Gazeta Press.

Ausências - Na terça, no segundo dia de treinos após a reapresentação, alguns jogadores faltaram. O zagueiro Menezes ainda não foi visto, mas a diretoria garante que ele já chegou e voltará às atividades nesta quarta, 6. O goleiro Fernando foi cumprir parte da punição em virtude da confusão na final do Estadual de 2009, entregando latas de leite a uma instituição de caridade.

O mesmo fez Ávine, que deverá ficar no grupo por falta de opção. “A gente não tem lateral”, justificou Elizeu Godoy. No entanto, o Bahia está procurando clubes para emprestar o atacante Paulo Roberto e o zagueiro Rogério. O Oeste de Itápolis é o destino mais provável.

Enquanto isso, a direção tenta ocupar a vaga deixada por Jael. Schwenck, que disputou a Série B pelo Figueirense e fez dez gols, é um dos cotados.

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