“Isso é o início dos dois palanques no estado”. Desta maneira, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) se posicionou com relação à vinda, ontem, da pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, à capital baiana, para o pré-lançamento do projeto de reeleição do governador Jaques Wagner (PT). Segundo ele, trata-se de uma postura totalmente natural. “Ela foi convidada pelo PT e veio. Quando o PMDB promover algum ato, também vamos convidá-la. Afinal, não há mais o que se discutir sobre os dois palanques na Bahia. Isto já estava decidido antes mesmo que eu deixasse o Ministério da Integração”.
Reforçando a tese, ontem, antes do seu discurso, a petista afirmou que a sua participação na eleição onde houver dois palanques vai ser decidida pelo conjunto de legendas que compõem a sua candidatura no momento em que a aliança em torno de seu nome for fechada. Levando em consideração que o PMDB é tido como um dos mais importantes aliados de Lula e Dilma, cogitado até mesmo para emplacar a vice-presidência, o fato estaria mais do que confirmado.
Geddel lembrou ainda que reiteradas vezes o próprio presidente Lula afirmou que, do ponto de vista da candidatura da ex-ministra ao Planalto, ter dois palanques no estado é um cenário positivo. “O presidente Lula foi muito claro sobre minha intenção de disputar o governo baiano. Disse que não era o que ele preferia, mas respeitava minha decisão e sabia do apoio do PMDB a Dilma na Bahia. Como colegas de trabalho, eu sempre a admirei.
O meu apoio à pré-candidata à Presidência em nenhum momento foi questionado. Mesmo que o presidente não tivesse feito esta exigência, a própria Dilma, minha amiga e hoje ex-ministra como eu, sabia que teria o apoio do PMDB e o meu próprio aqui no estado”, disparou.
Por fim, o ex-ministro disse que está empenhado em apresentar um projeto para os baianos. “E este projeto tem sintonia com o projeto do presidente Lula e da ex-ministra Dilma. Na Bahia, Dilma Rousseff tem e continuará tendo o apoio total meu e do meu partido”.
Wagner, por sua vez, disse ontem, no congresso petista, que não se importa com a possibilidade de Dilma ser apoiada pelo pré-candidato ao governo pelo PMDB. “Não vou ficar chateado se ela (Dilma) subir no palanque com Geddel. Se ele vai apoiá-la, deve subir com ele. Candidato não rejeita apoio. Se o PMDB baiano acompanhar a decisão nacional de apoiá-la, não haverá nenhum constrangimento de minha parte”, disse. O comentário é o de que haja uma recomendação na executiva nacional do partido, para que sejam evitadas polêmicas com o seu aliado PMDB de Geddel, que protagoniza um verdadeiro racha com o Partido dos Trabalhadores na Bahia.
A convenção nacional da legenda, de acordo com o líder peemedebista, está programada inicialmente para 12 de junho e a expectativa é que entre os dias 18 e 19, o PMDB realize a da Bahia. Bastante entusiasmado, o ex-ministro antecipou que a Praça Castro Alves deve ser o local escolhido.
CHAPA – Sobre a definição da sua chapa, Geddel reafirmou não ter pressa. “O PMDB, ao contrário de outros partidos, está coeso e a maior preocupação agora é em atrair o maior número de aliados para o nosso lado”. Apenas o nome do senador César Borges (PR), que tentará a reeleição, está confirmado. Entre os cotados estão o vice-prefeito de Salvador, Edvaldo Brito (PTB) o atual vice-governador Edmundo Pereira, a deputada estadual Virgínia Hagge e o presidente estadual do PSC, Eliel Santana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário