Treinamento para prestar atendimento pré-hospitalar móvel
Agência Minas
Cerca de 600 profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, Samu 192 Macrorregional Norte, entre médicos, enfermeiros, técnicos e condutores socorristas, participam de um intenso treinamento para prestar atendimento pré-hospitalar móvel. Realizado pelo Hospital Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Saúde (MS), o projeto tem como objetivo padronizar a linguagem e a conduta no atendimento pré-hospitalar em todo o país. “Desde 2008, uma Medida Provisória do MS já preconizava a educação continuada para os profissionais que prestam atendimento de urgência e emergência, mas, até então, essa capacitação ainda não havia acontecido. Com a parceria entre o MS e o Hospital Oswaldo Cruz, que representa os hospitais de excelência a serviço do SUS, essa capacitação foi viabilizada e, desde o início do ano, o treinamento foi deflagrado em todas as unidades federadas do país”, explica o coordenador de enfermagem do Samu Macro Norte, Frederico Willer.
O Hospital Oswaldo Cruz selecionou uma unidade do Samu de cada Estado que possui infraestrutura com capacidade para atender às necessidades do projeto. Em Minas Gerais, o Samu Macro Norte foi escolhido para iniciar o treinamento no Estado. “Por ser o único Samu do país a funcionar de forma regionalizada, com 600 funcionários, a princípio, pensou-se que seria difícil ajustar o programa, que foi desenvolvido para ser aplicado a uma média de 40 profissionais, que é a equipe básica que compõe uma unidade do Samu no país. Mas, de acordo com a avaliação do Hospital Oswaldo Cruz, o Samu Macro Norte tem apresentado um cumprimento de metas acima do esperado, se comparado com as outras unidades em treinamento”, observa Frederico Willer.
O curso
No Norte de Minas, a primeira fase do projeto, iniciada no mês de março, será realizada em 12 meses, de forma presencial e à distância, com participação de técnicos de enfermagem e condutores socorristas. Os primeiros módulos abordam as técnicas de suporte básico de vida.
As aulas à distância são gravadas por especialistas e disponibilizadas para os funcionários, que recebem uma senha de acesso através da internet. Já os encontros presenciais acontecem uma vez por mês, durante uma semana, mediados por tutores, com treinamentos práticos, discussão de casos, simulações e atividades de grupo, objetivando a aprendizagem e aprofundamento de conteúdos das aulas teóricas. São 15 módulos com carga horária de 160 horas/aula, período superior ao que é cobrado em um curso regular de graduação em enfermagem.
Numa segunda etapa, enfermeiros e médicos se integram ao projeto, com aulas sobre suporte avançado de vida. “Quando um profissional é admitido no Samu, ele passa por um treinamento, mas, principalmente no nosso caso, que temos 35 bases e diferentes realidades em cada município, essas diferenças acabam influenciando a conduta do profissional. Com esse projeto, os profissionais de todos os municípios assistem às mesmas aulas, participam das mesmas dinâmicas e aulas práticas, uniformizando a conduta”, explica o coordenador médico do Samu Macro Norte, Enius Freire Versiani.
Inclusão digital
A coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Samu Macro Norte, Wilma Alves de Castro, ressalta que as aulas são diferenciadas e utilizam metodologias ativas de ensino-aprendizagem. “Além do objetivo fim, que é a qualificação do profissional, o projeto também tem uma importante função social, pois promove a inclusão digital. Muitos condutores socorristas tinham dificuldade em lidar com o computador e, para acompanhar as aulas, tiveram que sair da zona de conforto e se adaptar às novas tecnologias. Hoje, assistem às aulas, fazem provas e têm um estímulo a mais para participar do programa”, avalia.
Para efetivar o projeto no Norte de Minas, Enius Versiani e Frederico Willer participaram de um treinamento para tutores, em São Paulo, promovido pelo Hospital Oswaldo Cruz. “O curso foi extremamente rigoroso, o material didático rico e as metas bem definidas. Saímos muito animados com as novas perspectivas para o trabalho do Samu”, lembra Frederico.
Segundo o enfermeiro, assim que todas as unidades do Samu forem treinadas, o projeto incluirá os profissionais dos pronto-atendimentos e pronto-socorros de todo o país. “A expectativa é de que, em breve, a conduta no atendimento de urgência e emergência seja única em todos os pontos de atenção, fixos e móveis”, prevê Frederico.
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